O Menestrel e a Rosa

"O Menestrel e a Rosa"
A noite o Menestrel busca no silêncio lembrar da vida todos os momentos. Aqueles que um dia passou e nem ao menos percebeu... assim emprestava requinte a cada recordação e o tempo foi passando e nem conta se deu.
Na tristeza mergulhará como um pássaro em queda livre. Suas noites em claro já não eram novidades. Mas para tudo há um tempo, até mesmo para um sofrimento.
Assim aconteceu que ao passar pelo jardim uma linda Rosa conheceu. Seus olhos brilharam e sua boca emudeceu. Era ela a mais bela com quem algum dia ousou sonhar. seria um milagre? Não! Era ela a mais pura verdade!
Trocavam olhares e afetos também. Ali era seu mundo e lhe fazia tão bem.
Assim todos os dias o menestrel ia ao jardim ver a Rosa e ali trocavam prosa.
Mas eis que um dia aconteceu que a bela Rosa não apareceu. Ficou preocupado com a doce donzela e por mais que esperasse lá, não estava ela.
Dedilhando seu alaúde cantava com solidão como um pássaro na prisão.
Princesa de lábios rosados e olhar penetrante. Rainha de cabelos escuros e sorriso sem igual. Mulher bela e delicada. Ilumina esse Menestrel ou por favor deixe que ele parta! Se esse sonho de pele macia não poder ser alcançado me diga e voltarei a dormir novamente. Voltarei ao pesadelo insuportável e ao desejo de ter algum sentido nessa jornada. Querida, já é dia... Mas não apague esta luz. Antes que eu me perca na escuridão, me diga se a verdade liberta ou não. Só não me faça contemplar teus olhos mirando estes lábios com tanta paixão, para depois cobrir teu rosto e negar este teu sabor doce. Se assim for me diga. Diga que a um Menestrel não é dado o direito de ter uma Rainha. Mas este Menestrel passa longe no jardim e se contenta ao menos por enquanto... Simplesmente... Contemplar a Rosa.
Jack W. Pazzo - 2015

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